terça-feira, 25 de setembro de 2012

Um pouco de Moda - Moda e a Segunda Guerra Mundial


Moda no Período da Segunda Guerra Mundial
A Alta Costura na França Ocupada
A luta pela existência da alta costura francesa na segunda guerra mundial teve seus problemas, mas foram resolvidos posteriormente, resgatando seus valores e respectivos talentos. Talentos quais não se perderam em meio a tanta discórdia e preocupação.A moda como resistência e afirmação de identidade, embora tenha sido vista como assunto frívolo e elitista, as iniciativas feitas durante a Segunda Guerra demonstram como a moda pode ser elemento de resistência e de afirmação de identidade. Especificamente no exemplo da França, o centro da moda mundial que se vê derrepente, sobre denominação estrangeira, o esforço e a criatividade dos franceses significou uma mensagem aos invasores: a de que a vida continuava, apesar da ocupação. Durante este período, a moda deu mais uma demonstração do que se trata de assunto muito além de frívolo, que pode ser. Além de tudo, símbolo de resistência diante da adversidade.
A criatividade em meio à escassez veio a incrementar a moda feminina de tal maneira, as quais surgiram novidades, novidades quais “da moda viraram moda”.
Criações que até os dias atuais são conhecidas, contempladas e aplaudidas. Entre elas o uso de uma tinta com a qual as mulheres pintavam a perna para criar a ilusão de que estavam usando meias, substituindo as meias femininas que eram feitas de seda e que logo começaram a serem feitas de nylon. Com o lema “Seda em suas pernas sem meia de seda”. Veja imagem:


Pintura da risca da meia, anos 40.
Hulton Getty / Tony Stone.
Além disso, devido à escassez, os chapéus passaram a ser feitos em materiais alternativos, além de muito criativos, alguns eram grandes com flores e véus, e outros menores de feltro em estilo militar. Veja imagens:

 

 
 Madame Jeanne.
   1941-Paris.
 

Fanny Mauve.
Anos 40 – Paris 
 
As bolsas também fizeram parte da toalete feminina, e se possível, a tiracolo, pois as mulheres penduravam sobre os ombros para andarem de bicicleta devido à escassez dos transportes. Veja imagem:

Innovation.Anos40-Paris.

Neste período de guerra deve-se salientar também que, com a falta de tecido para o vestuário, ele foi substituído pelos tecidos de decoração. Os sapatos também adquiriram aspectos pesados e masculinizados. Todos os trajes foram refletidos pela guerra.
Contudo a Alta Costura esteve em baixa, uma vez que as grandes consumidoras eram as próprias francesas e as norte-americanas que não podiam ir a Europa por causa da guerra. Mas com o término bélico em 1945, foi criada uma exposição em Paris, conhecida mundialmente: “Le Theátre de la Mode”, divulgando por intermédio de pequenos manequins, vestidos de grandes nomes como Cristóbal Balenciaga, Christian Dior entre outros. Enfim Paris estava de novo criando o que havia de melhor para a moda, o que fez receber novamente a grande clientela feminina da alta costura.
Entre os sonhos que existiam sobre os povos que vivenciaram a guerra, existiu a luta valente entre as criações da Alta Costura e a sua resistência sobre a história da moda.

Por: Talita Apds
Para: www.talita-apds.blogspot.com

Fontes de pesquisas Textuais e Imagéticas:
Obra: Moda e Guerra - Um Retrato da França OcupadaAutor: Veillon, Dominique
Editora: Jorge Zahar


 

 

domingo, 29 de abril de 2012

A complicada arte de ver


Rubem Alves
Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria!
Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica.
De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver”.
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado.
Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.
Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.
“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas – e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre.
Os olhos não gozam… Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras.
Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas”.
Por isso – porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver – eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos”…
Rubem Alves – Educador e escritor.
Texto originalmente publicado no caderno “Sinapse”, jornal “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Coloco-me entre prata e outro, e aqui estou novamente sentada sobre o quente e aconchegante, sentindo o cheiro do meu quarto pairando no ar!
A sensação do fresco com o absoluto.
Sozinha.
Sem ninguém pra conversar e pra falar sobre o desespero que é o “Amor”...
O que é o amor afinal?
Dor? Desilusão? Febre? Frio?
Deixaram-me aqui largada, nem me perguntaram se eu queria ir junto, se divertir,dançar, voar, dar risada com a família.
Mas parando e pensando um pouco mais, sabe o preço de tudo isso???
Fraqueza dos outros que temem o seu próprio juízo.

Essa sou eu e este é o meu diário.
Bem vinda a 2012!
Percebi que mesmo no amor há procura de status, pois até nisso o coração humilde sai perdendo quando há muita simplicidade!! Embora de passagem, carro, grana, um bom celular e aquele perfume faz a diferença!!! Mas a vida da giro, e no giro que tudo se mostra o que ser o valor de verdade!
Por: Talita Apds