domingo, 25 de setembro de 2011

MUDANÇA

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!


Por: Clarice Lispector

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aqui na Terra eu sou!

Quando tropeço numa pedra. Sempre a olho com dúvidas se foi eu que não a vi na minha frente ou se foi ela que simplesmente surgiu no meu caminho?
Às vezes se torna difícil quando nos deparamos com certas circunstâncias da vida onde a entrada do caminho não consiste na saída e sim na caminhada.
Neste caminho encontramos fantasma, vozes, anjos e canções. Tornamos-nos frágeis e até mesmo num imenso labirinto. Curvas com mato seco, mas cheirosos. Cheiros como dama da noite e jasmim. Cura e milagres, água e vento, pedras e espinhos.
O interessante é analisar os espinhos na vida de seres humanos, assim penso, que é algo de muito ruim ou até mesmo um incomodo, porém não há nada mais belo que o espinho de um cacto no meio de um deserto, super vivo e resistente.
Creio que assim pode-se analisar o quão importante são as passagens da vida e se teremos retorno nela um dia nem se for pelo menos para dar uma volta.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Candido Portinari- Obra Dom Quixote

Tem gente que olha para o mundo e acha que tudo está em perfeita ordem.
Outros se assustam com as injustiças.
Outros ainda decidem, com a coragem, lutar contra o que consideram errado.
Cheios de sonhos, por acreditar num mundo melhor, não temen ser ridicularizados e chamados de loucos.
Saem corajosamente lutando contra moinhos de vento desafiando ovelhas e vacas como se fossem exércitos armados...

Texto por: Ana Maria Machado
Obra: O Cavaleiro do Sonho - As aventuras e desventuras de Dom Quixote de la Mancha
Editora: Mercurio Jovem

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Rimas que não são rimas!

Onesto - Grafiteiro e Artista Plástico.

Veio bailar com o bailado mais bailarino do baile.
Trouxe flores floridas, feitas margaridas com cheiro de rosas.
Vestido com brilho sem brilho sobre o brilho, brilha como luminárias sobre o sol.
Peste do capeta, encapetado, desvairado sobre a mente do menino mal amado.
Crer que a fé do feioso bonito feito este rapariga de um só pé, ser maior que o coração do príncipe do Egito vencendo o gigante.
Cruz credo, cruz desta encruzilhada que atrapalha este caminho que nunca se da para atravessar a quinta avenida, depois desta curva.
Sabes se Deus, se existe uma regra para escrita quando se trata somente da junção do lápis, com o papel e o coração, deste irmão que tanto ler mais a bíblia que o bispo.
Já lhe disseram que o bispo também ama?
E que ama mais uma mulher além de sua mãe que lhe deu a luz?
Isso ser mais que belo do belo, da beleza assassinando a imperfeita das perfeitas imperfeições.

O segredo das coisas com coisas. São coisas sem coisas. Uma coisa completando a outra.

Quando se combinam, saem por ai se abraçando...
Casam-se o arroz com o feijão e a princesa com o pedreiro.
Sonho de valsa combina-se com o chocolate amargo.
Mera coincidência?
Parar em frente o farol e esperar pelo vermelho para atravessar a rua?
Cadê àquela bolsa marrom que tanto combina com os meus sapatos amarelos?
O Sol se põe e o dia aparece.
Espera-se a hora do beijo para se concretizar o divórcio do casal.
O padre reza a missa, enquanto fiéis escutam a tão bela canção do rei do rock.
Queridos, desagradáveis e íntimos irmãos.
Que lutam pela paz, sendo desigual com tudo e todos.
Não se esqueçam que o último sorriso, só aparece após o maravilhoso e delicioso, tapa na cara.

Por: Talita Apds

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares



“A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
Isto não vem a propósito de nada.
Tenho sonhado muito. Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar. De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos. Em sonhos consegui tudo. Também tenho despertado, mas que importa? Quantos Césares fui! E os gloriosos, que mesquinhos! César, salvo da morte pela generosidade de um pirata, manda crucificar esse pirata logo que, procurando-o bem, o consegue prender. Napoleão, fazendo seu testamento em Santa Helena, deixa um legado a um facínora que tentara assinar a Wellington. Ó grandezas iguais à da alma da vizinha vesga! Ó grandes homens da cozinheira de outro mundo! Quantos Césares fui, e sonho todavia ser.
Quantos Césares fui, mas não dos reais. Fui verdadeiramente imperial enquanto sonhei, e por isso nunca fui nada. Os meus exércitos foram derrotados, mas a derrota foi fofa, e ninguém morreu. Não perdi bandeiras. Não sonhei até ao ponto do exército, onde elas aparecessem ao meu olhar em cujo sonho há esquina. Quantos Césares fui, aqui mesmo, na Rua dos Douradores. E os Césares que fui vivem ainda na minha imaginação; mas os Césares que foram estão mortos, e a Rua dos Douradores, isto é, a Realidade, não os pode conhecer.
Atiro com a caixa de fósforos, que está vazia, para o abismo que a rua é para além do parapeito da minha janela alta sem sacada. Ergo-me na cadeira e escuto. Nitidamente, como se significasse qualquer coisa, a caixa de fósforos vazia soa na rua que se me declara deserta. Não há mais som nenhum, salvo os da cidade inteira. Sim, os da cidade dum domingo inteiro – tantos, sem se entenderem, e todos certos.
Quão pouco, no mundo real, forma o suporte das melhores meditações. O ter chegado tarde para almoçar, o terem-se acabado os fósforos, o ter eu atirado, individualmente, a caixa para a rua, mal disposto por ter comido fora de horas, ser domingo a promessa aérea de um poente mau, o não ser ninguém no mundo, e toda a metafísica.
Mas quantos Césares fui!”
(27/06/1930; em “Livro do Desassossego”)


O poeta Fernando Pessoa tinha uma atração peculiar por Bernardo Soares. Para início de conversa, ele o classificava de semi-heterônimo porque: “não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela”. Ou ainda: “Sou eu menos o raciocínio e a afetividade.” É importante destacar que foi por meio de Bernardo Soares, autor de “O Livro do Desassossego”, espécie de diário em prosa poética escrito a partir de 1914 que o poeta Fernando Pessoa mais sinceramente falou de si mesmo.



Para saber mais sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos, leia a entrevista com Fernando Segolin, professor de Pós-Graduação de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP e “pessoano” por excelência.

Teste: Que poema de Fernando Pessoa é você?
Fonte: www.educarparacrescer.com.br/teen
Texto:  Marion Frank

terça-feira, 24 de maio de 2011

A "Moda" em mim!

  É mais uma questão de sentimento.
  Desde pequena tive o gosto pela linha entre a agulha da máquina de minha mãe. Eu queria aprender a costurar a qualquer custo. Disso creio que sei um pouco.
  Anos depois passei a desenhar, mas para dizer a verdade comecei a ser copista. E para acelerar minhas paixões por roupas, minha mãe como sempre inovando seus passos, tinha um brechó, que era muito engraçado, as pessoas iam mais para doar as roupas usadas e assim ficavam batendo papo, sempre no fim da tarde. Era delicioso demais.
  Criada neste mundo interessante, comecei a trabalhar e assim me interessando mais, foi quando comecei a trabalhar em um brechó de uma professora que hoje é uma grande amiga. Foi lá que aprendi a desenvolver meus conhecimentos que adquiria conforme o meu desempenho profissional. Nomes e tipos de tecidos, estilistas, revistas e livros de moda e assim por diante.
  Com o passar do tempo, conclui um curso técnico de moda, no qual fiz vários “freelancer” em desfiles de moda, conheci pessoas famosas e importantes deste meio, e descobri que moda é a minha paixão.
  Hoje me encontro em outro universo, que estou aprendendo muito, e pretendo seguir carreira. Mas como a arte une os dois, um dia creio que irei transformar ambas as paixões em um só “corpo”.


“Quero para mim e para todos os meus amados, a graça do “Espírito Santo”, guiando e iluminando nossos passos, para transformar tais palavras de alegria e conforto em sonhos realizados”. Amém.

Um lugar especial! " Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará." Cícero

 Ilustração: André Neves

  Bibliotecas são lugares incríveis, em que o conhecimento mora e divide espaço com um monte de gente interessante, curiosa e com vontade de aprender cada dia mais. As bibliotecas existem há muito tempo, desde quando os livros eram apenas rolinos de pergaminho. E elas foram criadas para guardar o conhecimento da humanidade - e para divulgá-lo para a gente, é claro!
  Quando nos tornamos leitores de verdade (pessoas que são apaixonadas por livros e histórias), as bibliotecas se tornam um ótimo lugar para conhecer novidades, mergulhar em mundos e, melhor, sem pagar nada por isso!
  Nem sempre podemos ter todos os livros que queremos, então, para divulgar a cultura e histórias bacanas, podemos recorrer a esse serviço para lá de essencial. Funciona assim: chegamos à biblioteca e procuramos um autor ou título que nos interessa (às vezes, pode ser apenas um assunto do qual queremos conhecer um pouquinho mais). Aí, vemos as fichas ou arquivo computadorizado e encotramos um número. Esse número é como se fosse o endereço do livro naquela multidão de prateleiras.
  Lá, podemos folhear os livros que nos interessam, ler pedacinhos, fazer pesquisas e até passar um tempo muito agradável só xeretando as estantes para ver o que as pessoas já escreveram. E, quando ficamos em dúvida ou não sabemos bem o que queremos, sempre podemos contar com o serviço de um profissional muito importante: o bibliotecário.
  O bibliotecário é a pessoa que cuida da biblioteca e também que lê os livros e cataloga-os. Você sabe o que é catalogar? É como se ele fizesse uma fichinha descrevendo o livro, para que a obra fique perto de outras da sua família. Essa descrição e catalogação seguem um modelo, então a gente sabe que, quando formos a uma biblioteca, os livros que se parecem ou que tenham muito em comum vão ficar bem pertinho uns dos outros.
  Em muitas bibliotecas, em especial nas públicas, acontecem eventos culturais também. São contadores de histórias, visitas de autores, exposições de quadros e livros e até shows de música.  Tudo para deixar o ambiente ainda mais acolhedor e mais colorido para a gente querer passar muito tempo lá.
  Ah, uma coisa importante sobre bibliotecas é que elas também são democráticas! Muitas pessoas podem ler e não só os mesmos livros, mas também podem ler uma variedade enorme de títulos. É claro que a gente quer ter a nossa própria biblioteca, com os livros mais bonitos e mais interessantes. E é justamente visitando a biblioteca do nosso bairro ou cidade que "treinamos" nosso gosto para a leitura, desenvolvendo gostos e estilos bem pessoais, para depois comprarmos o livro certo, aquele que vai passar a vida com a gente e crescer junto (e talvez, até ficar para os filhos dos nossos filhos, como os livros dos nossos avós que ainda vivem com a gente).
  Quando a gente empresta um livro que já foi lido por mais pessoas , podemos pensar um monte de coisas. Quem será que já leu este livro? Será que a pessoa gostou? Será que ela leu numa casa de brinquedos e outros livros ou será que ele ficou numa mochila, passeando pela cidade toda? Anotaram alguma coisa no cantinho? Esqueceram um bilhetinho de amor dentro dele? Quando fazemos todas essas perguntas, as histórias dos livros se multiplicam. São aquelas que os escritores nos contaram, mas são também as histórias daquele livro como objeto, uma coisa que a gente manipula e leva de um lugar para o outro.
  Quando a gente começa a frequentar bibliotecas e a fazer daquele lugar a nossa segunda casa, um novo mundo se abre. Fazemos amigos (livros e pessoas), ouvimos histórias, entendemos que o silêncio não tem de ser chato sempre. É só o tempo que dedicamos a ver a poesia da vida acotecendo, como aquele senhorzinho que todo dia senta em uma poltrona e lê (ou relê!) uma história. Como aquele grupo de crianças que se juntou para se ajudar para uma prova difícil ou aquela bibliotecária com ar sério que, na verdade, é um doce. E muito engraçada!
  Aprender a visitar bibliotecas e ganhar um presente todo dia. É conhecer histórias da vida real ou inventadas. E quem não gosta de ganhar presentes?

Obra: Eu amo biliotecas
Texto: Iris Borges
Editora: Callis

terça-feira, 10 de maio de 2011

A música em mim!



Não existem fronteiras entre a arte e o espanto.
Fontes se equilibram sobre as notas e a clave de sol.
O rap faz as rimas e o clássico o completa.
Viagem pela letra, imaginação bem feita e direta.

Quero, quero posso.
Me pergunto e avanço.
Escuto o som dos violinos e me admiro.
Sei que a música é também o canto.

O canto não precisa ser perfeito.
Se ele for bem feito.
O mais perfeito e afinado.
Com o soprano vem o contralto.

O som do grave, mas a voz fina.
Em frente do palco, eu com sorriso de menina.
A canção chega ao fim com o som de estrelado.
O público se levanta e as palmas chegam ao alto.

Poema por: Talita Apds
Inspiração: "Orquestra Sinfônica de Heliópolis e Rappin Hood"!
" Entre a música não existe fronteira"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Decisões...


Na vida temos que fazer escolhas...
Temos que optar pelo certo e pelo errado...
Mas creio que seria mais fácil nascer, com um destino, já certo...
Penso e respiro.
É muito difícil.
Mas creio que um dia vou ter o gosto pelo vencido e ja concretizado.
No momento, me sinto em uma batalha sem fim.
Mas creio que um dia, vou chegar ao topo da montanha, com a bandeira limpa e vou poder levantá-la.


Pensées... "Hoje pela manhã senti o verde entre o ar, e claro que tive que respirar fundo e agradecer a Deus, pelo que sentia. É delicioso demais, não existe nada melhor do que sentir a natureza."

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Delicada

 Foto Inae Coutinho

nessa relação tão delicada
nada mais cabe que
encostar meus lábios nos teus
engolindo a perplexidade
em cumprimentos formais
enquanto por dentro eu frágil
tremo toda
me molho toda
me ardo inteira
em desejo
se essa não fosse
uma relação tão delicada

15 de março de 1997

(re)confesso poesia
Cyana Leahy

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Colorido do Mosaico!

Foto (sumo paint) Talita Apds

Entre as cores o fruto da imaginação.
No papel a mistura dos conceitos e o modo de viver.
Pensamento firmes e constantes.
Troca do futuro com o instante.
Quero para mim, o fim da triste dor.
E me saciar, deste lindo sorriso.
Mergulhar neste caleidoscópio de brilhos e sons.
Me jogar, e ser feliz, para sempre, sempre, sempre...

Será amor?

 Foto Inae Coutinho

Juro que um dia eu quis me esconder sobre as rosas que cobrem este imenso jardim.Logo em frente, tinha visto um príncipe com vestes rasgadas e sujas, mais o seu rosto era lindo de se ver.
Foi uma paixão que ardia dentro de mim como fogo, com brasa.
Eu sorria, e ficava vermelha só em vê-lo, mas ele nem ao menos, me avistou no meio daquelas rosas, vermelhas como o amor e fortes como o meu sentimento.
Será sonho? Ou será um simples desejo?

Crônica: Será amor?
Por: Talita Apds

Lago de Cristal!


Luz do dia...
Belas companhias.
Na caminhada o sorriso e a certeza.
Que aqui e ali a natureza esta.
Passos firmes e conjuntos.
Sente-se o cheiro do verde, da água e da mata.
Tudo, num simples tom de verde floresta.
Risos e sorrisos em abundancia.
Rio, mata, belo campo de areia.
Junto pedras, passos e tolerância.
Ansiedade pela felicidade do encontro entre o corpo e a cachoeira.
Riacho e penhasco.
Queda d’água sem fim.
Neblina, suor e cansaço.
A certeza do completo com o prazer.
Força, garra...
Pés descalços e molhados pelo barro.
Piso firme sobre a mãe natureza.
Suor, sobre o cansaço e a certeza.
Feliz por ter chegado até aqui.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Uma Carta para Rosinha!

Nascemos num mundo que se cultiva o amor, que é amante do tempo e que acima de tudo luta pela paz que existe dentro do coração de cada ser humano.Deus nos enviou para esta Terra, fazendo com que cada um de nós tenha uma missão.
A missão de educar, a missão de dar e receber amor, a missão de aprender e compreender com o próximo, a missão de afeto, carinho e da graça.
Portanto, muitos só dão valor aos grandes mestres após a sua morte e acabam esquecendo-se dos verdadeiros mestres que estão a nossa volta.
Pois os mestres são aqueles que caminham juntos nesta vida, lutando, sofrendo e vencendo barreiras.
Os mestres são acima de tudo, Deus, os nossos pais, irmãos e amigos.
Com eles passamos os melhores e piores momentos, e assim contemplando os nossos anos de vida, com muitas realizações, sucessos e sonhos realizados.
E como diz nosso filósofo Blaise Pascal (1623-1662) “O prazer dos grandes homens consiste em poder tornar os outros mais felizes.”


E é com muito amor, que lhe agradeço por me promover a felicidade de poder contar contigo, como amiga, companheira e educadora.


Com carinho.

terça-feira, 22 de março de 2011

cambridge



Nova Inglaterra e a manhã.
Viro na Craigie.
Penso (pensei nisso antes)
que o nome Craigie é escocês
e que a palavra crag é de origem celta.
Penso (pensei nisso antes)
que neste inverno estão os antigos invernos
daqueles que deixaram escrito
que o caminho está prefixado
e que já somos do Amor ou do Fogo.
A neve e a manhã e os muros vermelhos
podem ser formas de felicidade,
mas eu venho de outras cidades
em que uma mulher, ao entardecer;
regará as plantas do pátio.
Ergo os olhos e logo os perco no úbiquo azul.
Ao longe estão as árvores de Longfellow
e o adormecido rio incessante.
Ninguém nas ruas, mas não é um domingo.
Não é uma segunda-feira,
o dia presidido pelo planeta vermelho.
Não é uma quarta-feira,
o dia daquele deus dos labirintos
que, no Norte, foi Odin.
Não é queinta feira,
o dia que já se resigna ao domingo.
Não é uma sexta-feira,
o dia regido pela divindade que nas selvas
entretece os corpos dos amantes.
Não é um sábado.
Não está no tempo sucessivo,
e sim nos reinos espectrais da memória.
Como nos sonhos,
atrás do rosto que nos olha não há ninguém.
Anverso sem reverso,
moeda de uma só face, as coisas.
Essas misérias são os bens
que o precipitado tempo nos deixa.
Somos nossa memória,
somos esse quimérico mueseu de formas inconstantes,
esse amontoado de espelhos quebrados.

Obra:  Poesia
Por: Jorge Luis Borges
Editora: Companhia das Letras.

segunda-feira, 21 de março de 2011



De profundis



Encontro, algures na minha natureza, alguma coisa que me diz que não há nada no mundo que seja desprovido de sentido, e muito menos o sofrimento. Essa qualquer coisa, escondida no mais fundo de mim, como um tesouro num campo, é a humildade. É a última coisa que me resta, e a melhor (…). Ela veio-me de dentro de mim mesmo e sei que veio no bom momento. Não teria podido vir mais cedo nem mais tarde. Se alguém me tivesse falada dela, tê-la-ia rejeitado. Se ma tivessem oferecido, tê-la-ia rejeitado (…). É a única coisa que contém os elementos da vida, de uma vida nova (…). Entre todas as coisas ela é a mais estranha (…). É somente quando perdemos todas as coisas que sabemos que a possuímos.






(Oscar Wilde, in “De Profundis”)





sexta-feira, 11 de março de 2011

Sim é verdade!

Verde água.
Sal de frutas.
Peças de teatro, e o som da gargalhada.
Palhaços vestidos de senhores do poder, que mora em "Brasília" a santa cidade da construção do civilismo humano em condições super favoráveis ao sorriso da sociedade.
Madeiras e trajes de roupas mundanos.
A prostituta na esquina com um cigarro aceso, a espera de um amor verdadeiro, ou de até mesmo um príncipe encantado.
Créditos e méritos.
A senhora no tanque de casa, a espera do marido bêbado, para tirar suas meias sujas e suadas, para poder banhar seus pés e deixá-los limpos.
Coisa alguma ou coisa igual.
Acreditar na mudança sem nenhuma ou muita esperança, tanto faz.
A liderança vem dos imundos e não dos sábios.
Pode e deve se acreditar, que tudo muda e nada vem a falecer.
Espera-se que tudo falece e que nada vem a mudar.
Implorar?
Talvez. A esperança é a única que não morre não é mesmo?

Por: Talita Apds em dia onze de março de dois mil e onze!




"A insastifação é o primeiro passo ´para o progresso de um homem ou de uma nação"
Oscar Wilde (1854-1900), escritor irlandês

quarta-feira, 2 de março de 2011




A sensação é meio estranha.
Sinto-me perdida no espaço intranqüilo, querendo resolver tudo, definir tudo da melhor maneira, mas acho que não consigo.
Queria amores, mas somente os verdadeiros.
Queria minhas amizades sempre por perto.
Mas talvez isso não alegre a todos.
Enfim, me sinto só.
Entro no meu quarto no fim do dia.
Coloco o meu pijama e ali fico, lendo um livro, escutando a TV.
A TV esta sendo minha melhor companhia, pois só de escutar sua voz...
Também gosto de conversar.
Mas para falar a verdade é ruim conversar de assuntos chatos e sem rumo.
O interessante é construir pensamentos, e elaborar futuro.
Mas ultimamente, isto não esta acontecendo.
Vejo-me parada, enquanto a Terra gira, sendo que existem diversas coisas para serem realizadas.
Sonhos, objetivos e projetos.
Toda hora me pergunto, por onde começar e como começar.
Risos e timidez são algo que me completam.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Teatro dos Vampiros - Legião Urbana



Sempre precisei

De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...


Nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
Sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...


Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...


Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...


Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...


Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...


Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...


Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo

Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...


Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...


Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...


Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...


Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...


Composição: Renato Russo.
Não preciso de modelos





"Quando se aprende a amar,o mundo passa a ser seu." Renato Russo

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Muitos acreditam que o mundo um dia possa mudar.
Mas não acreditam num sorriso de uma criança mesmo ela passando fome.
Não acreditam, que para haver mudanças no mundo, é preciso acreditar nesses pequenos seres, que sonham com um carrinho, que exploram a natureza indo brincar no barro.
O egoismo esta a beira da loucura.
Ai esta o grande enigma.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"Cantiga de Sonhos"





Eu queria ser tão doce como colo de ninar.
Eu queria ser tão bela como pássaros a cantar.

Eu queria ser amada como toda linda flor.
Eu queria ser chamada para sempre com amor.

Eu queria ser o ritmo de todas as canções.
Eu queria ter cordas como todos os violões.

Eu queria ter amigos para comigo conversar.
Eu queria ser princesa para com um lindo príncipe dançar.

Eu queria ser poetisa para poesias escrever.
Eu queria recitar versos para a multidão me conhecer.

Cantiga de Sonhos
Por: Talita Apds

"Dedico à Fernanda Biral Gabriel, grande amiga e musicista".

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Invasão de pénsées...



Esta tudo escuro aqui.
Escuto vozes.
Vou ao encontro dos passos que estão a me seguir.
Cruz.
Velas.
O cheiro é horrível.
Os gritos são aterrorizantes.
Pergunto-me se onde estou é o inferno?
Mas então termino a oração.
Rezas profundas.
Fonte de ódio e temor.
Caio sobre o abismo.
Mas me deixo levar.
Pois a onda de vento que atravessa os meus pulmões me dá alivio completo da dor e da desordem.
Quero viver.
Quero estar.
Quero sentir.
Quero apagar.
Minha mente se assegura do inexistente.
Enquanto eu...
Acredito, no equilíbrio da luta entre o bem e o mal.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Sorriso de bailarina" (part. 2)





Levanto-me com passos leves.
E vou até o meu baú.
Quando abro sinto um vento bater em minha janela.
Olho dentro e me deparo com objetos que não via a muito tempo.
Pergunto-me se ela esta ali.
Vou tirando pouco a pouco coisa por coisa.
Emociono-me só de lembrar os momentos que passaram.
Momentos felizes.
Momentos meus.
Cada roupa, cada bibelô me traz uma lembrança.
Mesmo assim não desisto em procurar.
Onde será que ela esta?

Crônica: "Sorriso de Bailarina" (part.2)


Por: Talita Apds
28 de janeiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Sorriso de bailarina" (part. 1)



Rosa.
Cetim.
Almofadada.
Onde será que ela esta?
Triste, me aconchego sobre a cama.
Lágrimas rolam.
Não poderei  mais girar ao ouvir aquela linda canção.
Não poderei sonhar, quando estiver sentindo a sensação de que estou voando.
Rosto molhado.
Suspiro baixo e fino.
Onde será que ela esta?
Será que ela me deixou?
Será que ela não quer mais ser minha?
Onde será que ela esta?

Crônica: "Sorriso de Bailarina" (part.1)
Por: Talita Apds
21 de janeiro de 2011
Neste momento me sinto fora da nuvem.
Tempestades e raios se aproximam cada vez mais.
No entanto, me seguro no caule de uma árvore forte e robusta.
Sinto que ela não vai me soltar.
Distante, enxergo a luz do Sol, se esforçando em penetrar no horizonte.
Dai então vem à esperança, de tudo que esta, cinza e gélido se iluminar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Meu Mundo seu Mundo!





Fontes e riachos.

Sobre a beira do abismo, encontrei fôlego e força.
Meus gritos foram além.
Onde estou?
O que estou fazendo aqui?
Porque o colorido esta escuro?
Sobre o papel o efeito.
Enquanto escuto o som, vem aquela imagem.
Esquisito? ... Não, mas estranho.
Com os olhos abertos, o apego.
Todos os dias, a falta.
Felicidade, sempre completa.
Ciúmes, ansiedade e beleza.
Sobre a face o sorriso completa o sentimento.
Foi assim que percebi.
Tudo ficou muito mais lindo.
Do cinza passou a ser o azul turquesa.
Medo.
Pureza.
Mundo.


Comentário extra:
Foi um super ano, cheio de sonhos e conquistas realizadas.
Primeiro pensée me veio à reflexão dos últimos dias.
E é assim que me sinto agora.
Primeiro os gritos, busca, fonte e ai sim a “ARTE”.


Por: Talita Apds
Para: Senhor Stones.
“Sinto-me feliz por trocar palavras contigo” Encantada.